Bem, cheguei ao blog do sr. Kenji do post anterior ao pensar no filme o "O Clube da Luta", que vi pela quarta vez a não muito tempo. Fui pesquisar no Ya*** pra ver como é que se escrevia o nome do Durden (se bobear eu ainda tô escrevendo errado)
Mas vamos ao que eu queria dizer.
O filme causou o maior rebuliço, ao menos entre muitos dos meus conhecidos.
Na primeira vez que vi o filme achei fascista, embora criativo e bem montado.
Na segunda vez, continuei achando fascista, essa coisa de "um membro do projeto caos não tem nome", atentados terroristas e "não faça perguntas" é fascista. Só reparei mais em detalhes da dualidade de personalidade do Jack dados pelo filme.
Na terceira fiquei o filme inteiro explicando o filme para outros, sem nem meso ter entendido direito.
Ao final da quarta vez que vi o filme, já não tão abalado pelo "efeito video clipe" que é muito usado com a intenção de dar uma ênfase na confusão psicológica da besta do Jack mais a da outra besta, o Tyler Durden, percebi uma grande semelhança entre ele e o
"Taxi Driver" de Martin Scorcese. E cheguei a conclusão que o filme não é lá uma pregação a violencia, mas uma critica a ela, embora infeliz em sua realização, tal como foi o Assassinos por Natureza.
Semelhanças com Taxi Driver:
O protagonista tem insônia e odeia o mundo que o cerca.
O protagonista é frustrado.
O protagonista tenta mudar o mundo na base da porrada.
Ambos tem uma mulher no pano de fundo da psique do personagem.
Ambos tem três fases que são mais ou menos: incomodo e busca de consolo fracassada(grupos de ajuda em um, tentativa de conquista noutro), decisão de partir para a ação (destruição dos próprios bens e clube da luta, compra de armas) e justiça com as próprias mãos (projeto caos e ataque ao prostibulo).
As diferenças entre os filmes ao tratarem de um mesmo tema, o desconforto do individuo, são de fundo histórico:
Um trata de uma época em que pipocavam veteranos do vietnam nos EUA, outro de um periodo de aparente tranquilidade, nas palavras de Tyler Durden:
"Nós somos os filhos do meio da história, sem propósito ou lugar. Não tivemos Grande Guerra, não tivemos Grande Depressão. Nossa Grande Guerra é a guerra espiritual, nossa Grande Depressão é a nossa vida." Um cenário é o urbano pós-moderno dominado por politicos, mafiosos e pornografia.Outro é o mundo pré-cyberpunk, dominado pela midia, pela moda e pela tecnologia.
Em ambos os filmes o protagonista termina por se reconciliar com o mundo.