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10/28/2005

Perfume doce

 

            Mano, esse perfume doce. Esse perfume doce me faz pensar nas mulhé. Não, tipo, em qualquer mulhé, sabe? Qué dize... eu falo das dondocas... as mulhé docinho assim sabe? Tipo as mulhé que não dá trabalho. As mulhé que pede tudo com jeitinho. Ah, mano... Essas mulhé docinho... não tem coisa melhor, mano. Elas gosta de homem macho. Homem que cuida de tudo, que manda nelas... tipo não pode ser assim bundão sabe? Deixar elas mandar. Se deixar elas mandar elas desgostam logo... aí elas te botam logo um par de antena, que é pra ficar ligado. Tem que chega junto, e mostrar como é que é o esquema. Sem baixar o nível, que eu não bato em mulher. Mulhé é bixo sagrado, entende? Não se bate nem com uma flor. E tem mais: dá azar... eu sei que dá... vou te contar... Mas não pode dar folga não... tem que falar grosso, falar duro, dar sempre a última palavra e fazer valer essa palavra.   Homem que é homem mantém a palavra mesmo na hora da morte, sabe? Cara... é disso que eu gosto... mulhé doce, suave... que aí você chega em casa depois de um dia daqueles, sabe? Um dia desses de tirar o couro do sujeito? Então... aí você chega e ta lá seu docinho, toda dengosa... falando calminho com você, preparando a comida, ligando o chuveiro antes pra esquentar a água... fazendo massagem... é... e aí, depois vem a conta, né, hehe. Aí, elas vem assim bem de mansinho... quem nem gato com fome... se esfrega em você e diz assim... eu vi tal coisa na loja, achei tão bonita... aí você já manja na hora, mas dá uma de que não entendeu... no final das contas, elas dão a impressão que querem tudo o que você quer, mas na verdade é você que aprendeu a querer tudo o que elas querem... é, mano, essas mulhé são foda, mano... mas que é bom é bom... tipo, não ficam tentando ser homem sabe? Ah, não... aí estraga... mulher tentado dá uma de mandá, de fazer as coisas de homem sabe? Ah, não... aí estraga mesmo... tem que ser assim, docinho sabe? Bem doce, bem... meiga, bem meiga... doce. Minha mãe era assim, cuidava de mim e do meu pai... mas minha irmã, não... minha irmã era o inferno... tenho até dó daquele marido dela... afê, coitado, ela faz gato e sapato do coitado. E sabe o que que estragou ela? A Escola! É mano a escola. Que aí ela tirava nota melhor que os menino e achava que era a boa em tudo. Mas é que, tipo, o moleque tinha que trabalha, né? E esse negócio de mistura menina com menino na escola não presta. Aí os moleque fica tudo querendo paquerar, mano...   que homem é assim. Qué dize... se for homem mesmo, né? Se for boiola, aí não conta. E, meu, eu não gosto de boiola, cara... pode ver, boiola não faz nada que preste... minha mãe já falava pr eu ficar longe desse tipo de gente. È contra as leis de Deus... minha mãe era muito religiosa. Veio de família humilde. Bem humilde mesmo, entende? Ela falava assim que na época dela não tinha essa de comer chocolate com uns trocados, de vez em quando, sabe? Só rico que comia chocolate... se ela comesse chocolate passava fome ela e tudo a família dela junto por uma semana. É... Aí ela se pegou em Deus... Casou com o meu pai e foi assim uma boa esposa, sabe? Era só sim senhor. Tudo, tudo... é... aí que quando ela morreu eu ainda era novinho. Aí meu pai virou arcólatra. Cachacero, entende? Mas eu entendo ele... uma esposa daquela ele não arranja fácil não, né? E foi ela que botou meu nome... meu pai gosto e deixou... mas, sei que é até pecado fala isso, mas eu não gosto não... Manuel... isso lá e nome? Então eu prefiro ´pelido mesmo... mas eu sei que devia de usar o nome, que foi o que minha mãe pos   e pronto... mas aí a negada fica chamando eu de português e de filho do padeiro e aí eu ia ter que pipocar maio mundo, né? Senão fica sem respeito, aí não dá... tipo... sabe porque que ela deu esse nome? Meu pai que contou... é que tinha um português ricão, assim, que morava no bairro dela... aí o cara era mó gente fina... e na época dela eu disse, né? Não tinha como pobre assim que nem ela comer chocolate de jeito nenhum, né? Aí o cara de vez em quando dava doce pra molecada. É... Meu... e agora eu to lembrando de uma coisa... tinha um cara mó forgado lá na quebrada... ele era chieo de se faze de doutô par cima dos outro, sabe? Tipo que sabe tudo assim... Aí que eu contei isso pro fulano, na maior confiança... que eu não falo meu nome assim pra qualquer um não... aí o fulano disse... meu, olha que cara doente mano! Aí o cara falo que esse português devia de ser era pedrófilo... pedrófilo... o cara era mó gente fina e o cara vem e chama ele de pedrófilo? Ah, não... aí eu já enfiei logo meu berro na boca dele e disse assim ... vai, fala de novo isso aí seu cachorro safado...   e o cara era mó forgado e falo de novo e disse que eu é que era besta... aí eu passei foi logo três azeitona na orelha dele pra larga de fala merda... o pessoal nem sentiu falta do fulano... mó zé mané...   que comigo é assim... eu falo pouco... tipo nem sei que eu to falando tanto... é melhor nem fala mais nada entende...

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Mas as mulhé docinho tem um probrema... se tem que te cacife pra não baixar o nível... tem que bota comida na mesa... que elas merece... ah mano, merece, viu? Tipo, mó mel. Aí tem que te trabalho fixo, pagá o arroz e feijão das criança. Aí que eu dei sorte... arrumei esse trampo... o dotor paga mó bem... eu só ando na estica e nem preciso de ficar ralando que nem esses nego aí... mas não é fácil não, viu? ... mas é sussego puro... o dotor é tão foda que até conseguiu licença de detetive particular pra mim andar por aí com minha PT sem dar BO com os homi. É maluco... e de quebra ainda ajuda que eu tenho tudo legalizado... carro, casa e os cambal... aí minha mulhé nem fica perguntando do trabalho e eu só que coloco a comida na mesa e ta bom... aí de vez enquando eu vou e acerta as contas do dotor com uns pilantra e ta tudo certo... mó sussego... e aí o resto do tempo é só pra ficar de ppo por aí... aí eu cato umas vadia por aí que ninguém é de ferro, né? Que eu sou homem e homem é assim mesmo... é meu... aí minha mulhé nem sonha que eu faço isso, hehehe... ela fica lá em casa cuidando das criança... que a gente tem filho... três... dois muleque e uma menina linda que nem a mãe... mó docinho... é meu... mó saudade da minha casa... mas aí no serviço eu já até deixei avisado pro patrão... falei assim ó mulhé e criança eu não faço... pode soltá os cachorro comigo... não faço... aí ele falo ta bom... se ta pensando que eu só o que pra mandá você faze mulhé e criança? Aí fico tudo certo...

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Mas eu to falando muito... o que que foi aquilo que você pôs aí no meu braço? Caralhu... eu to meio bobo não to não? É assim mesmo esse negócio aí... anastézio? É isso que o anastézio faz? Tipo deixa meio bobo pra eu não sentir dor? Acalmante? Eita. Tem isso também? Meus filho vão estuda tudo isso aí que eu quero que eles seje que nem você...  

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Mas esse tal de acalmante deixa a gente assim meio bobão, né? Afe... nunca que eu falei tanto... olha... mas... cê acha que vai adianta isso? É que eu acho que não vai dá... meu destino acho que já ta selado sabe? É que eu fiz mó besteira... acho que os espírito vão vim pra cima de mim tudo... putz... maior besteira da minha vida, mano... eu tô sentindo eles... minha perna... eles vão atrapalha tudo sabe? Acho que nem que adianta nada... é meu...manou... acho que vou rapa daqui... que eles já devem de ta vindo aqui... é eu sei... é que é esse perfume... é o cheiro dela... é o espírito dela dotô... ela veio aqui dotô... aí meu Deus... eu não queria mata ela... perdão meu Deu.... pelos meus pecados meu Deus... não foi de poprósitu... ai vixi Maria.... ta tudo ficando escuro... olha, dotô, toma isso... dá pra minha mulhé... fala que eu não fiz de poprósito... fala pra ela fala pro padre fala uma oração pros espírito sabe que não foi de poprósito... ela tava lá, escondida... a menina... uhu... uhu... a menina dotô... ela tava escondida... eu tinha é ido faze um fulano pro dotor...   aí eu sapequei o sacana e a bala escapuliu... foi pará bem na cabeça da bichinha... ela era menina... mas aí eu só vi mesmo quando o sangue espirrô... foi sem quere dotô... e uma menina, sabe dotô... é mulher e criança, dotô, mulher e criança... menina...dotô...

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"Pi... Pi... Pi... Pi...

Pi... Pi... Pi... Pi...

Pi... Pi... Pi... Pi...Ola, Sr.Manuel? Como o Sr. Se sente? A operação foi um sucesso. O sr. Deu muita sorte de escapar dessa. A bala parou bem perto do coração.Mas no final deu tudo certo. Sua mulher e seus filhos estão aqui... vou chamá-los. O escritório Souza & Meira já pagou sua conta. Mandaram aquelas flores. Disseram que seus serviços de investigação vão fazer falta por um tempo, mas que não se preocupe e se recupere bem, que o contrato com eles vai ser renovado assim mesmo. Tudo bem, Sr. Manuel?"

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Tudo bem... enfermera... pode chamar meus filho e minha mulher, por favor?



-- psicografado por .^.dkn.^. às 10/28/2005 03:54:00 AM 0 comentários