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4/02/2012



-- psicografado por .^.dkn.^. às 4/02/2012 08:54:00 PM 0 comentários






12/21/2009

Eita


-- psicografado por .^.dkn.^. às 12/21/2009 02:43:00 PM 0 comentários






10/28/2005

Mandei um conto novo (Lelo era o cara), e enviei o Perfume doce com correções.


-- psicografado por .^.dkn.^. às 10/28/2005 03:58:00 AM 0 comentários






Lelo era o cara

 

            Lelo era o cara. O cara que seus amigos adoravam. Tinha sempre uma boa piada, derrubava sempre os folgados com um único soco e eles terminavam o serviço, sempre ajudava seus amigos, bebia muito, mas nunca caia bêbado. Lelo estava com seus fiéis amigos no bar. Era o bar. A musica eletrônica das rádios tocava em alto volume. Aquela noite seria a noite.

             Uma bela moça entrou em direção ao balcão. Lelo conversava com o barman. Conhecia todos eles. Todos eles o conheciam. A moça se aproximou. A mini-saia deixava a mostra suas coxas, na verdade quase suas pernas inteiras, e faziam Lelo imagina-la sem roupa alguma. "Uma marguerita, por favor". Esperou um momento enquanto o barman preparava o drink. Pagou e voltou para o grupo que formava um círculo na pequena pista de dança. Lelo acompanhou tudo sem piscar. "Essa aí é muita areia pro seu caminhão" deixou bem claro o barman. Lelo saiu do transe. "Ah é?" bebericou mais um pouco de seu uísque escocês. "Eu O cara, mermão. Eu é que sou muito caminhão pra areia dela" e o barman riu como quem diz "tá bom então". Lelo ficou um pouco injuriado com isso. Agora ele estava desafiando.

            Bebericou por mais cinco minutos. Depois colocou o copo no balcão e tomou uma decisão. Pediu duas doses de tequila. Matou logo as duas em menos de um minuto, sem limão nem sal. Levantou e foi, trançando os pés e jogando os ombros alternadamente para frente, como quem tenta deixar o peitoral a mostra, mas o equilíbrio e os braços moles atrapalham. Andou até   moça. Nossa, que bunda, Deus é justo, mas essa mini-saia... Encostou a mão no ombro dela. Ela virou. "Oi. Eu sou o Lelo" ela riu, ele ficou olhando pra ela, fazendo sua melhor cara de galã. "Tá" ela disse. E continuou dançando. Ah... quer dar de durona a menina. Encostou de novo no ombro da moça. "Você não vai ma dizer seu nome?" ela riu de novo. Tava no papo. "Não" ela disse. "O que?"."Eu disse NÃO. Ene, a, ó, til. NÃO." E se afastou do grupo. Ele hesitou alguns instantes e foi atrás dela. "Escuta aqui..." segurou o braço dela e virou a para si. Aquele belo rosto. Aquela boca... Puxou-a para si, tentando beija-la. Ela resistiu "Me larga, seu otário". Uma mão segurou o ombro de Lelo. Depois disso ela sumiu. O cara qe colocou a mão no ombro dele foi para em cima das mesas. E o lugar virou um inferno. Lelo foi pra casa com o olho roxo. Cinco foram para o pronto socorro. O dono do lugar proibiu Lelo de aparecer no lugar de novo. Mesmo assim, Lelo sonhou a semana inteira com aquela garota. A semana inteira. Tinha sonhos que logo viravam pesadelos, e acordava com a mão sobre o olho inchado. Mesmo depois que o olho desinchou, ele ainda sentia ele dolorido.

            Depois de uma semana ele parou de falar nela. Seus pesadelos acabaram, seus amigos o levaram a um puteiro e tudo ficou certo de novo. Foram os duzentos reais mais bem gastos por eles. Depois de um mês, o dono do bar, mas era O bar, deixou eles voltarem a casa. Na primeira noite por lá, ele a viu de novo. Seus amigos o distraíram e ficou por isso mesmo.   O caramba. Passou a noite inteira olhando pra ela e ela evitando olhar pra ele. Na segunda vez foi a mesma coisa. Na terceira noite teria sido igual, se eles não se encontrassem no caixa. Ele pegou o celular que caiu da bolsa dela. De intrometido, por que era para o cara de cú que estava com ela pegar. Foi de propósito, ele entendeu, e fez de propósito também. Ela disse um "oi" minúsculo e foi embora.

            Depois disso Lelo começou a namorar a Cássia, que era um puta loirão. Ele ia no bar com ela. Passava pra lá e pra cá com ela. Ficou com a Cássia três meses, que foi o tempo de descobrir que a Cássia tinha dado pro bairro dela inteiro. Aí ele descobriu que queria comer aquela vizinha dele no aniversário de namoro dos dois. E acabou.

            Encontrou a de novo a garota do bar na fila do banco. Ele trabalhava ali perto. Trocaram outro "oi" minúsculo. Ele pensou cinquenta vezes seguidas em puxar papo com ela, mas ficou com raiva quando se deu conta que ela tinha percebido. Seguiu ela e descobriu que ela trabalhava ali perto também. Em uma semana já estava comendo no restaurante dela. Seus amigos o levaram de novo para o puteiro, mas ele ficou só no balcão, com suas cervejas. O Lelo estava ficando velho. O Lelo tinha batido a cabeça na ultima briga, melhor levar ele no médico. O Lelo ta ruim de grana, mas é orgulhoso demais pra admitir. "Pode falar Lelo, o que você tem?". O Lelo tava cansado. Queria um emprego melhor, queria fazer um mestrado. "Ah, ta Lelo. Agora vem cá, deixa eu te apresentar uma prima..." e riu. Lelo riu um riso amarelo de hospital e conheceu a tal prima.

            Passou um mês. Lelo já sabia a comida preferida da moça. Lelo não ia mais no bar. Agora só gente metida ia no O bar. Foi nesse mês que tudo mudou. Lelo ganhou uma maquina de café expresso usada do seu patrão, que era também seu tio de segundo grau. Saiu feliz da vida. Não tomava café, mas seu pai adorava café expresso. Encontrou a moça enquanto carregava ele pro carro. Trocaram outro "oi" minúsculo. Ele guardou o trambolho, já pensando em como iria contar a história pra todo mundo: para seu pai, para sua mãe, para seus amigos e, quem sabe, para a moça do bar. Mas uma gritaria acabou com seus devaneios. Olhou em direção a rua. Um fulano duas vezes maior que ele gritava e estapeava a moça do bar. Ele foi até lá. Ela estava chorando. "Tá tudo bem?". Mas ela não respondeu. Quem respondeu foi o grandão. Também foi o grandão que voou até o meio da rua quando aquele nanico tomou a palavra. O nanico era O cara. Chamou   ambulância, por que o nariz da moça estava sangrando. A moça achou isso uma gracinha. A ambulância levou o grandão.

            A moça chamava Teresa, o mesmo nome da mãe dele. Teresa gostava de lasanha. A melhor lasanha do mundo era a da mãe dele. Teresa tinha um lindo sorriso. Ele não era tão idiota assim. Teresa achou que ele estava machucado, mas era só uma cicatriz antiga. Teresa foi almoçar com ele, depois que saíram da delegacia. Marcaram no dia seguinte. Teresa chegava pontualmente três minutos atrasada em todos os dias seguintes. Teresa aceitou ir com ele em um bar novo. Era O um bar. Teresa começou a namorar com ele naquele dia. Era O dia. Na verdade era A noite. Teresa estava com frio. Ele esquentou Teresa e Teresa o esquentou. Teresa o esquentou o mês inteiro. Teresa era A mina.

            Teresa adorou a lasanha de Teresa, mãe dele. Teresa adorava coisas que ele nem tinha idéia que existia. Teresa gostava um pouquinho dos amigos dele, mas, ah... Teresa era uma gracinha, mas não era italiana. Teresa era bem arrumada. Era estudiosa, estudava administração na PUC. Teresa gostava de livros e de rock, mas não mesmo rock que ele. Teresa odiava futebol, mas assistia quando tinha jogo do Cruzeiro, o time dele. Teresa acabava com a graça do jogo. Teresa gostava dos mesmos filmes que ele. Passaram três meses vendo filmes, comendo lasanha, esquentando um ao outro e, de vez em quando, assistindo o jogo do Cruzeiro. Uma vez foram ao estádio, mas ele ficou bêbado e quebraram uma garrafa na cabeça dele. Nunca mais foram no estádio.

            Lelo foi buscar Teresa para saírem. Teresa estava com A mini saia. Aquela mini saia. Lelo disse você vai a mini saia fica. Teresa disse então eu vou e minha roupa fica. Lelo disse que só gravador e papagaio ficam repetindo coisas. Teresa disse que ele era um papagaio, porque ficava repetindo milhares anos de machismo. Lelo ficou ofendido. Teresa reafirmou tudo, era tudo verdade. Lelo falou pra ela não falar assim com ele. Teresa disse que era tudo culpa do pai dele. Lelo avisou, não fale assim com ele. Lelo avisou, deixe o pi dele fora disso. Teresa disse que na verdade era tudo culpa da mãe dele. Teresa disse que a mãe dele era uma ótima pessoa, mas mimou demais o queridinho. Lelo falou que ele não era mimado porra nenhuma, ele trabalhou desde os dez anos. Teresa falou que ele era muito burro mesmo. Lelo falou que ele era burro porque estava com uma vaca. Aí virou um curral. Depois virou uma fazenda. E se a polícia não chegasse virava uma floresta. A polícia chegou e a bicharada dispersou.

            Lelo sentia raiva. Muita raiva. A raiva. Trabalhou um dia. Acordou com dor no olho no dia seguinte. Lelo foi no médico. Mas não era O médico. O doutorzinho mandou ele para o psicólogo. Disse que era O psicólogo. Lelo riu. Lelo era O louco? Lelo mandou o medico para O lugar. Lelo foi para um bar minúsculo. Sentiu seu coração minúsculo. Era A dor. Os amigos levaram Lelo para o puteiro. Lelo conheceu muitas primas distantes. Cada dia conhecia uma prima mais distante. Nesse mundo só tinha prima. Lelo só via prima.   

            Um dia Lelo foi para casa e Teresa estava morta. Teresa, sua mãe. Lelo, seu pai, estava no telefone. Enterraram Teresa no dia seguinte. Fizeram missa muitas vezes. Quando voltou do enterro, Lelo ligou para Teresa. Falou um "oi", mas não foi um "oi" minúsculo, foi um "oi" antes do choro. Chorou a noite inteira. Teresa chorou um pouco.

            Quando o dia amanheceu, Lelo foi trabalhar, Teresa foi descansar. Teresa casou com o cara de cu, que era de quem ela gostava de verdade. Nunca mais se viram. Lelo estava lendo Carlos Drumond de Andrade quando viu Ana Rosa na fila do mercado, amor a primeira vista. Foi tiro e queda. Bala perdida. Ana Rosa caiu morta, Lelo ficou deprimido.

Ora viva o amendoim.



-- psicografado por .^.dkn.^. às 10/28/2005 03:54:00 AM 3 comentários






Perfume doce

 

            Mano, esse perfume doce. Esse perfume doce me faz pensar nas mulhé. Não, tipo, em qualquer mulhé, sabe? Qué dize... eu falo das dondocas... as mulhé docinho assim sabe? Tipo as mulhé que não dá trabalho. As mulhé que pede tudo com jeitinho. Ah, mano... Essas mulhé docinho... não tem coisa melhor, mano. Elas gosta de homem macho. Homem que cuida de tudo, que manda nelas... tipo não pode ser assim bundão sabe? Deixar elas mandar. Se deixar elas mandar elas desgostam logo... aí elas te botam logo um par de antena, que é pra ficar ligado. Tem que chega junto, e mostrar como é que é o esquema. Sem baixar o nível, que eu não bato em mulher. Mulhé é bixo sagrado, entende? Não se bate nem com uma flor. E tem mais: dá azar... eu sei que dá... vou te contar... Mas não pode dar folga não... tem que falar grosso, falar duro, dar sempre a última palavra e fazer valer essa palavra.   Homem que é homem mantém a palavra mesmo na hora da morte, sabe? Cara... é disso que eu gosto... mulhé doce, suave... que aí você chega em casa depois de um dia daqueles, sabe? Um dia desses de tirar o couro do sujeito? Então... aí você chega e ta lá seu docinho, toda dengosa... falando calminho com você, preparando a comida, ligando o chuveiro antes pra esquentar a água... fazendo massagem... é... e aí, depois vem a conta, né, hehe. Aí, elas vem assim bem de mansinho... quem nem gato com fome... se esfrega em você e diz assim... eu vi tal coisa na loja, achei tão bonita... aí você já manja na hora, mas dá uma de que não entendeu... no final das contas, elas dão a impressão que querem tudo o que você quer, mas na verdade é você que aprendeu a querer tudo o que elas querem... é, mano, essas mulhé são foda, mano... mas que é bom é bom... tipo, não ficam tentando ser homem sabe? Ah, não... aí estraga... mulher tentado dá uma de mandá, de fazer as coisas de homem sabe? Ah, não... aí estraga mesmo... tem que ser assim, docinho sabe? Bem doce, bem... meiga, bem meiga... doce. Minha mãe era assim, cuidava de mim e do meu pai... mas minha irmã, não... minha irmã era o inferno... tenho até dó daquele marido dela... afê, coitado, ela faz gato e sapato do coitado. E sabe o que que estragou ela? A Escola! É mano a escola. Que aí ela tirava nota melhor que os menino e achava que era a boa em tudo. Mas é que, tipo, o moleque tinha que trabalha, né? E esse negócio de mistura menina com menino na escola não presta. Aí os moleque fica tudo querendo paquerar, mano...   que homem é assim. Qué dize... se for homem mesmo, né? Se for boiola, aí não conta. E, meu, eu não gosto de boiola, cara... pode ver, boiola não faz nada que preste... minha mãe já falava pr eu ficar longe desse tipo de gente. È contra as leis de Deus... minha mãe era muito religiosa. Veio de família humilde. Bem humilde mesmo, entende? Ela falava assim que na época dela não tinha essa de comer chocolate com uns trocados, de vez em quando, sabe? Só rico que comia chocolate... se ela comesse chocolate passava fome ela e tudo a família dela junto por uma semana. É... Aí ela se pegou em Deus... Casou com o meu pai e foi assim uma boa esposa, sabe? Era só sim senhor. Tudo, tudo... é... aí que quando ela morreu eu ainda era novinho. Aí meu pai virou arcólatra. Cachacero, entende? Mas eu entendo ele... uma esposa daquela ele não arranja fácil não, né? E foi ela que botou meu nome... meu pai gosto e deixou... mas, sei que é até pecado fala isso, mas eu não gosto não... Manuel... isso lá e nome? Então eu prefiro ´pelido mesmo... mas eu sei que devia de usar o nome, que foi o que minha mãe pos   e pronto... mas aí a negada fica chamando eu de português e de filho do padeiro e aí eu ia ter que pipocar maio mundo, né? Senão fica sem respeito, aí não dá... tipo... sabe porque que ela deu esse nome? Meu pai que contou... é que tinha um português ricão, assim, que morava no bairro dela... aí o cara era mó gente fina... e na época dela eu disse, né? Não tinha como pobre assim que nem ela comer chocolate de jeito nenhum, né? Aí o cara de vez em quando dava doce pra molecada. É... Meu... e agora eu to lembrando de uma coisa... tinha um cara mó forgado lá na quebrada... ele era chieo de se faze de doutô par cima dos outro, sabe? Tipo que sabe tudo assim... Aí que eu contei isso pro fulano, na maior confiança... que eu não falo meu nome assim pra qualquer um não... aí o fulano disse... meu, olha que cara doente mano! Aí o cara falo que esse português devia de ser era pedrófilo... pedrófilo... o cara era mó gente fina e o cara vem e chama ele de pedrófilo? Ah, não... aí eu já enfiei logo meu berro na boca dele e disse assim ... vai, fala de novo isso aí seu cachorro safado...   e o cara era mó forgado e falo de novo e disse que eu é que era besta... aí eu passei foi logo três azeitona na orelha dele pra larga de fala merda... o pessoal nem sentiu falta do fulano... mó zé mané...   que comigo é assim... eu falo pouco... tipo nem sei que eu to falando tanto... é melhor nem fala mais nada entende...

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Mas as mulhé docinho tem um probrema... se tem que te cacife pra não baixar o nível... tem que bota comida na mesa... que elas merece... ah mano, merece, viu? Tipo, mó mel. Aí tem que te trabalho fixo, pagá o arroz e feijão das criança. Aí que eu dei sorte... arrumei esse trampo... o dotor paga mó bem... eu só ando na estica e nem preciso de ficar ralando que nem esses nego aí... mas não é fácil não, viu? ... mas é sussego puro... o dotor é tão foda que até conseguiu licença de detetive particular pra mim andar por aí com minha PT sem dar BO com os homi. É maluco... e de quebra ainda ajuda que eu tenho tudo legalizado... carro, casa e os cambal... aí minha mulhé nem fica perguntando do trabalho e eu só que coloco a comida na mesa e ta bom... aí de vez enquando eu vou e acerta as contas do dotor com uns pilantra e ta tudo certo... mó sussego... e aí o resto do tempo é só pra ficar de ppo por aí... aí eu cato umas vadia por aí que ninguém é de ferro, né? Que eu sou homem e homem é assim mesmo... é meu... aí minha mulhé nem sonha que eu faço isso, hehehe... ela fica lá em casa cuidando das criança... que a gente tem filho... três... dois muleque e uma menina linda que nem a mãe... mó docinho... é meu... mó saudade da minha casa... mas aí no serviço eu já até deixei avisado pro patrão... falei assim ó mulhé e criança eu não faço... pode soltá os cachorro comigo... não faço... aí ele falo ta bom... se ta pensando que eu só o que pra mandá você faze mulhé e criança? Aí fico tudo certo...

...

Mas eu to falando muito... o que que foi aquilo que você pôs aí no meu braço? Caralhu... eu to meio bobo não to não? É assim mesmo esse negócio aí... anastézio? É isso que o anastézio faz? Tipo deixa meio bobo pra eu não sentir dor? Acalmante? Eita. Tem isso também? Meus filho vão estuda tudo isso aí que eu quero que eles seje que nem você...  

...

Mas esse tal de acalmante deixa a gente assim meio bobão, né? Afe... nunca que eu falei tanto... olha... mas... cê acha que vai adianta isso? É que eu acho que não vai dá... meu destino acho que já ta selado sabe? É que eu fiz mó besteira... acho que os espírito vão vim pra cima de mim tudo... putz... maior besteira da minha vida, mano... eu tô sentindo eles... minha perna... eles vão atrapalha tudo sabe? Acho que nem que adianta nada... é meu...manou... acho que vou rapa daqui... que eles já devem de ta vindo aqui... é eu sei... é que é esse perfume... é o cheiro dela... é o espírito dela dotô... ela veio aqui dotô... aí meu Deus... eu não queria mata ela... perdão meu Deu.... pelos meus pecados meu Deus... não foi de poprósitu... ai vixi Maria.... ta tudo ficando escuro... olha, dotô, toma isso... dá pra minha mulhé... fala que eu não fiz de poprósito... fala pra ela fala pro padre fala uma oração pros espírito sabe que não foi de poprósito... ela tava lá, escondida... a menina... uhu... uhu... a menina dotô... ela tava escondida... eu tinha é ido faze um fulano pro dotor...   aí eu sapequei o sacana e a bala escapuliu... foi pará bem na cabeça da bichinha... ela era menina... mas aí eu só vi mesmo quando o sangue espirrô... foi sem quere dotô... e uma menina, sabe dotô... é mulher e criança, dotô, mulher e criança... menina...dotô...

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"Pi... Pi... Pi... Pi...

Pi... Pi... Pi... Pi...

Pi... Pi... Pi... Pi...Ola, Sr.Manuel? Como o Sr. Se sente? A operação foi um sucesso. O sr. Deu muita sorte de escapar dessa. A bala parou bem perto do coração.Mas no final deu tudo certo. Sua mulher e seus filhos estão aqui... vou chamá-los. O escritório Souza & Meira já pagou sua conta. Mandaram aquelas flores. Disseram que seus serviços de investigação vão fazer falta por um tempo, mas que não se preocupe e se recupere bem, que o contrato com eles vai ser renovado assim mesmo. Tudo bem, Sr. Manuel?"

...

Tudo bem... enfermera... pode chamar meus filho e minha mulher, por favor?



-- psicografado por .^.dkn.^. às 10/28/2005 03:54:00 AM 0 comentários